Páginas

quinta-feira, dezembro 29, 2011



Uma xícara antiga, com um desenho comemorativo e sem significância. A fumaça ondular que sai dela, quente. Uma coberta enrolada ao corpo, um cabelo despenteado e as ideias se confundindo em sua cabeça.
Escolhe a melhor posição, segura o lápis e a folha de papel em branco. Fecha os olhos e sente a ideia vindo, a cena se formando em sua mente e todas as coisas que passou para que resultem em seu trabalho final.
O lápis vai fazendo formas no papel, e a xícara vai esvaziando-se.
E o papel deixa de ser branco, e a xícara de ter fumaça, e o lápis de ter ponta, e a mente de ter ideia.
Todos se unem e, no fim, olha orgulhoso para a folha coberta de grafite, e para a xícara cheia de ar e sente a barriga quente. Dá um sorriso de satisfação e deixa o desenho à mostra para todos que quiserem ver. Sua mãe pendura na geladeira, e para ele é melhor que qualquer exposição no Louvre. Sente que agora que é um artista completo, deve mudar completamente suas concepções: "Giz de cera, me aguarde".

Um comentário: