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sexta-feira, dezembro 26, 2014

Negra nesga de um caderno

A escuridão dessa passagem me fez tremer até a alma. Era uma única frase escrita em um papel amassado que foi esmagado contra a minha mão.
Foi assim, chegou, olhou fundo nos meus olhos e pegou minha mão esquerda fazendo ela se abrir, apertou o papel lá e fechou.
Saiu correndo sem dizer nada, o cabelo preto e curto deitado atrás dela. Era uma mistura de mistério e mosteiro, havia um segredo ali mais uma calma e paz de espírito (dela).
O trecho do mistério foi resolvido bem rápido. Abri o papel e li.
A parte do mosteiro que eu acho que foi perdida em algum lugar, talvez não volte a encontrar tão cedo.
O papel tinha a grafia de sempre. A tinta estava um pouco borrada no final, mas nada que impedisse a compreensão da leitura.
Sempre me perguntei, enquanto estávamos juntos, até quando iríamos durar.
Durou até eu abrir aquele pedaço de folha de caderno e tentar olhar uma última vez pro fim da rua, mas a esquina já a havia engolido.