quarta-feira, julho 27, 2011
A relutante insignificância
Uma das piores horas do dia é acordar. Talvez pode não ser a hora, mas o significado. Acordar significa que a sua vida continua, seja ela miserável ou feliz; e no meu caso é miserável. É duro abrir os olhos mais um dia e encarar as quatro paredes que me cercam e saber que mais uma vez eu estarei aprisionado à elas novamente. É triste saber que, apesar da minha falta de vontade, meu coração ainda bate, meus pulmões respiram e meu rim filtra meu sangue. Aliás, usar uma desculpa deve ser mais fácil, mais aceitável. Pelo menos para os outros, já que ninguém realmente vive para o seu próprio e completo agrado. E quando você se lembra, que o dia começa e você está na mesma situação que o dia anterior, a alegria some do seu rosto, os brilhos fogem de seus olhos. Você enxerga apenas o breu profundo. Aquela escuridão interminável que faz uma sombra em seus olhos, e que nunca se afasta. Vem a luz, tira essa escuridão da sua alma mas ainda assim você insiste em ficar com ela. Talvez seja cômodo não lutar, talvez seja mais fácil...
domingo, julho 24, 2011
Pilares
Não me deixaram nada,
Nenhum suporte, algo em que eu possa me apoiar.
Serei eu e mais ninguém,
um animal lutando pela sua sobrevivência,
uma hiena comendo carniça,
e rindo.
A risada da hiena é seu único som,
ela ri quando está bem, ri quando está triste,
apenas ri.
Nada foi construído ao meu redor,
uma barreira, um sustento.
Não tenho uma pessoa para me ajudar,
não tenho dinheiro para me bancar,
não tenho a alegria que vejo, todo dia, em seus olhos.
Apenas fico aqui,
na esperança de um dia ser algum de vocês,
vocês que eu admiro, que eu me exemplo,
mas que no fim, sei eu,
serão só mais uns que não me apoiarão.
sexta-feira, julho 15, 2011
Joelho
Meu joelho dói, mas depois para. É o esquerdo que dói. Aquela dor profunda, sabe? É logo depois que eu sento. Sento e dói. Não dói na hora que sento, mas na hora que eu estico. Estico o joelho, depois de sentar, levanto pro alto, e ele dói.
Sento na cadeira giratória, a perna esquerda por baixo do meu corpo. O joelho que me aguenta quando ando, quando estou em pé, também me suporta quando sento. Eu movo e ele dói. Algum problema na tíbia, pode ser.
Sei que quando acontece, a dor sobe pelo meu corpo, queima a minha perna e eu quase caio ao chão. Me ergo novamente, faço a maior cara de dor que, como ser humano, tenho direito e passa. A dor passa, a tormenta passa, e volto a andar. Dou uma cambaleada, perco o equilíbrio mas nunca me dou por vencido.
sexta-feira, julho 08, 2011
Ele está com você todos os dias e você insiste em desapontá-lo;
Ele te faz ficar mole, tonto, frio, bobo, e muitas outras formas de te fazer sentir pior;
Ou melhor;
Dependendo que vocês conversam todos esses dias.
Não tenho o hábito de falar com o meu, acho que por isso mesmo,
De tanto ficar quieto,
Quando ele resolve falar, ele não fala, grita!
Grita e dói. Por horas, por dias, por um momento.
O grito mais ensurdecedor e a dor mais agoniante que eu já senti.
Voltarei a sentir, voltarei a ouvir, não voltarei a amar.
quarta-feira, julho 06, 2011
domingo, julho 03, 2011
sexta-feira, julho 01, 2011
e você teme.
Teme o fato de que a proximidade possa te fazer algum mal, mesmo sabendo que não fará. Que a junção de fatores alterem o resultado e que todo o tempo seja perdido. Seja em vão. O vão que causa toda essa espera, a espera que se aproxima.
Maldita proximidade que interfere no nosso desejo e faz com que as coisas mudem.
Maldito vão em que as coisas e as esperanças e as promessas e os sonhos caem, caem e não voltam.
Maldito seja quem inventou a distância e a proximidade, pois com isso ele criou junto as ilusões e desilusões, as esperanças e enganações, todos os desejos de uma vida e a expressão 'por água abaixo'.
E quando você sente que não há mais nada a ser feito, a proximidade em que as coisas chegam, a velocidade incontrolável que elas avançam, você apenas afrouxa as mãos, sente os ventos em seus cabelos, e cai. Cai no abismo de impossiblidades e inesperanças, onde o vácuo do temor te envolve.
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